Somente no Brasil se registra diariamente uma média de 28 óbitos por dia de militares
que decidiram ceifar sua própria vida, esse numero é extremamente preocupante. E as
perguntas que sempre ecoam são: “por que ele fez isso?”, e, “será que esse ato poderia
ter sido evitado?”

Esses profissionais possuem problemas que se tornam difíceis de serem administrados
quando ocorrem num mesmo período de tempo. Sem um histórico de vida que ajude a
resolver e superar as adversidades, buscam a solução fatal, ou seja, o suicídio.
Como a atuação militar requer demasiado controle mental e uma enorme capacidade para
julgar, os militares são submetidos a conflitos para os quais são necessárias grandes
decisões imediatas, que podem posteriormente causar um enorme impacto emocional se
não são devidamente tratadas.

Muitos ainda têm receio em procurar e aceitar ajuda especializada. No entanto, esses
casos têm diminuído, felizmente estamos vivenciando uma época em que os transtornos
mentais são amplamente discutidos, o que diminui o preconceito incentivando a busca por
tratamento

O suicídio é o ponto final de uma série contínua de pensamentos e comportamentos
suicidas. É o ato derradeiro resultante de uma complexidade composta por fatores
genéticos, biológicos, psicológicos, sociais, culturais e históricos, tudo isto acumulado à
biografia do indivíduo. Não é adequado dizer que o ato fatal ocorreu por determinada
causa ou motivo e sim, que o suicídio é uma ação multideterminada, gerada por fatores
desencadeantes, que são peculiares, variados e muitas vezes imprevisíveis. Por isso, tal
situação exige de quem se depara com um indivíduo suicida uma avaliação cuidadosa e
metódica, buscando compreendê-lo na sua singularidade e sua especificidade.

A prevenção do suicídio no meio militar é uma necessidade imperiosa. Investir na
prevenção do suicídio traz benefícios incomensuráveis, já que o objetivo primordial é o de
evitar os sofrimentos inerentes a esse fenômeno que acompanha o homem por toda sua
história.